domingo, 9 de agosto de 2009

ENCONTROS POTTEERMANIACOS (PÓS-EdP)








Alguns pensam: "Depois da estréia, os ânimos exaltados desaparecem, e o amor pelo bruxinho também..."


Ahhhhh sem essa!!!!!!!!!!!



COMPARECIMENTO TOTAL DOS FÃS VERDADEIROS DE HP AQUI DE BELÉM NOS ENCONTROS REALIZADOS NOS DIAS 8 DE JULHO E 18 DE AGOSTO!!!

ESPERAMOS VÊ-LOS DURANTE O ANO EM TODOS EVENTOS GALERA!!!!!!!



Harry Potter e o Enigma do Príncipe em Belém do Pará - Parte II







Sessões diurnas



Depois do sucesso das sessões das 00:05hs nos dois shoppings de Belém, com a presença de mais de 800 pessoas nas 4 sessões, era chegada a hora de verificar o comparecimento do público nas sessões pela parte do dia nos cinemas Moviecom.
Eram 10 horas da manhã quando cheguei ao shopping Castanheira, que já estava bem lotado para um dia de semana (quarta-feira), mesmo sendo época de férias. Já circulavam aos montes grupos de pessoas vestidas com camisas, usando bonés, ou qualquer adereço que fosse ligado a Harry Potter, isso sem falar nos já conhecidos cosplays, que desfilavam pelo shopping sem nenhum constrangimento.
Filas enormes já estavam se formando no hall do cinema Moviecom, composta em sua maioria por fãs realmente fanáticos pelo bruxinho.“O filme está perfeito, principalmente os efeitos especiais. Mas pelo fato de termos esperado seu lançamento por quase dois anos, não seja tudo aquilo que alguns esperavam, mas eu gostei!”, disse Jéssica Monteiro, 16 anos, que já havia assistido o filme na sessão de 00:05hs e aguardava para assistir novamente na sessão de 15:15hs.
Muitos fãs compraram com semanas de antecedência seus ingressos, esgotando-os uma semana antes do lançamento do filme, de acordo com o site da Rede de Cinemas Moviecom.E fazendo que fosse necessário criar novas sessões como as de 11:45hs (dub) e 12:00hs(Leg). Mesmo assim, faz que não conseguiram comprar pelo site com antecedência, ou na bilheteria duas semanas antes, tentavam comprar na bilheteria, ou de terceiros, que revendiam ingressos. Um deles era o estudante Eduardo M., 17 anos, que tentava vender o ingresso de um amigo que viajará, “Vendo por 25 reais, porque é para dia de estréia”, disse o jovem, que logo achou um comprador interessado.
Assim como foi na sessão de 00:05hs, as pessoas também estavam sentadas no chão da fila, esperando a sessão começar e “enganando” o tempo jogando, lanchando ou simplesmente conversando sobre o que esperavam do filme, e as que já haviam assistido o filme, sobre o que tinham achado do mesmo.
Diferente do que muitos pensam, não encontramos só grupos de jovens agitados e empolgados para assistir “O Enigma do Príncipe”, entre as mais de 300 pessoas que se encontravam no hall do Moviecom, encontramos um grupo de senhoras entre os seus 30 e 40 anos muitíssimo animadas com a estréia do filme. “Muitas pessoas pensam que Harry Potter é coisa só de adolescentes, mas não é não! A trama é envolvente, a autora consegue construir um mundo bem “real”, por assim dizer. Ela usa dados históricos, nos passa lições sobre a vida, sobre ter coragem de enfrentar nossos medos, alcançar nossos objetivos.”, disse Márcia Silva, 32 anos, recebendo o apoio de suas amigas, concordaram com cada palavra dela, e acrescentaram que Snap era lindo (em gosto pra tudo, né?) .
Várias famílias fãs de Harry Potter, tanto dos filmes quanto dos livros também estavam presentes. Uma delas era a família do Sr. Luiz Lima, que estava acompanhando suas filas Camila e Letícia em mais uma pré-estréia. “É um momento importante para elas, e é bom viver esse tipo de experiência”, disse o pai das duas garotas pouco antes de entrarem na sala de cinema.
Muita coisa marcou nessa estréia aqui em Belém, um número considerável de cosplays desfilando pela cidade, várias pessoas acima de 20 anos fazendo eufóricas com a estréia, além de várias crianças ( de 5 a 12 anos) fãs de Harry Potter ( o que prova que a saga não é “modinha”), entra outras coisas. Todavia, creio eu, que o que mais ficará na memória, além do próprio filme é claro, é o fato de ver as pessoas se conhecendo e se unindo em função de algo que bate no peito todos os dias, independente de ser ou não um dia de estréia: o amor pela saga de Harry Potter.Isso é o que ficará marcado.
Acompanhei várias pessoas se conhecendo, tirando fotos, trocando e-mails, enfim, criando amigos. Eu mesma também fiz novos amigos neste dia. E creio que ai está a parte mais bonita da estréia, a criação de novos laços, criados por amor a Harry Potter, e quem sabe, fortificados com o tempo.
Depois de assistir pela 2º vez “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”, e ouvir e ver a mesma empolgação da estréia de 00hs, voltei para casa de alma lavada, feliz por saber que Harry Potter continua sendo mais do que uma simples história, um livro, ou um filme, mas uma fonte de lições sobre a vida, que movimenta a todos que a ela conhecem verdadeiramente.
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Escrito por: Thais Hamile C. Resque, 19 anos.
Belém, Pará, Amazônia – Brasil

Harry Potter e o Enigma do Príncipe em Belém do Pará




Sessão das 00:05hs



“O céu cinza chumbo, avermelhado pelo reflexo das já acesas luzes da metrópole, contrastava com o dia típico de verão amazônico de horas antes: escaldante e sem nuvens. Nada fora do normal. Em Belém, o tempo costuma mudar num estalar de dedos. Mas, mesmo assim, o vento que açoitava as árvores parecia participar aos transeuntes da travessa São Pedro, nos fundos do shopping Pátio Belém, a ansiedade por algo muito aguardado e que aconteceria dali a poucas horas. Começara a chover fraco, mas o suficiente para que as gotas de chuva abafassem os estampidos baixos que ecoaram por toda rua. Estranhamente trajadas, diversas pessoas se materializavam em diferentes pontos e se dirigiam apressadas para o shopping. É dia 14 de junho de 2009, e dali a 4 horas os fãs paraenses de Harry Potter estariam conferindo o aguardado ‘Harry Potter e o Enigma do Príncipe.”





Ah, tá legal, eu tentei! Belém até é uma cidade onde se vendem poções de amor e sorte na antiga feira do Ver-O-Peso, bem como ervas e essências que prometem efeitos que deixariam até Severo Snape de cabelo em pé, mas devo reconhecer que cheguei ao cinema do Shopping Pátio Belém à bordo do absolutamente trouxa ‘443 – Pedreira/Lomas’, bem como a maioria dos fãs, que compareceram à estréia de Harry Potter na capital do Pará através de meios não mágicos. Mesmo assim, a noite não poderia ter sido mais fantástica. Já às 20h00min, alguns fãs se encontravam na praça de alimentação do Shopping Pátio Belém, o único de grande porte, atualmente, funcionando no centro da cidade.
A maioria era membro do maior fã clube de Harry Potter em Belém, que conta com cerca de 180 pessoas cadastradas, e enquanto observavam a movimentação em frente ao cinema da rede MOVIECOM, se mostravam ansiosos para a programação que, pela primeira vez, planejaram de forma organizada para a estréia de um filme da série. Semanas, e até meses antes, já pensavam nos cosplays que seriam usados, sorteios de brindes e a distribuição de panfletos convocando os pottermaníacos para os populares encontros realizados em um parque da cidade (que tem até uma sorveteria em um vagão de trem, à la Expresso de Hogwarts).
Esse tipo de mobilização, diga-se de passagem, não é comum em Belém. “Nos Estados Unidos e até mesmo no sudeste do Brasil, eventos como esse, com a presença de fãs, se tornaram comuns. É claro que depende muito do filme, mas se tratando de uma febre mundial como Harry Potter, a tendência é que se tornem cada vez mais comuns aqui também. O que é ótimo. É bom ver o cinema afetando a vida das pessoas desse jeito” Diz o crítico de cinema Marco Antônio Moreira, diretor de marketing do MOVIECOM.
Dentre os fãs adiantados, estava Carolina Lemos, que em 2005 fundou o fã clube de Harry Potter em Belém, junto com outros coordenadores. Todos usavam a camiseta com o símbolo que sobrepunha um grande ‘H’ vermelho sobre o brasão da cidade de Belém “Adoro toda a fantasia e a magia de Harry Potter. Harry Potter pra mim é tudo!” ela disse. Já eram quase 21h00minh e nenhum cosplayer havia chegado ainda. Dois repórteres de um jornal da cidade entrevistavam Carolina junto com outros membros do fã clube e se mostravam impacientes por fotos de fãs vestidos como os personagens que mais gostam. Observando esse grupo, estava a estudante Adhara Belo, que diz nem ser fã de Harry Potter “Acho que a autora escreve muito bem, mas nunca fui muito fã assim” diz apontando para o grupo que é entrevistado “mas assisti os filmes, como todo mundo, e sempre ouço minha melhor amiga falando de Harry Potter ” ela ri, referindo-se a amiga Renata que ouvia atenciosamente a pergunta de um dos repórteres.
Renata, aliás, foi a primeira cosplayer da noite. Cedendo ao pedido dos repórteres, ela foi até o banheiro e voltou não mais como Renata, e sim como a psicopata Bellatrix Lestrange, o que chamou a atenção de várias pessoas em volta.
Júlia Mácola, 19 anos, assistia a toda a movimentação, esperando ansiosa o horário da sessão. Quando eu disse que estava fazendo a cobertura para o Potterish ela logo sorriu: “Acho o melhor site em português sobre Harry Potter”. Quando conversamos sobre o que ela esperava do filme e sobre as diferenças que sempre existem em relação aos livros ela ponderou: “Entendo os cortes. Acho que as cenas que estão lá já fazem o filme valer a pena e, de acordo com as críticas que li, se ‘As Relíquias da Morte’ seguirem a linha de ‘O Príncipe Mestiço’, vai fechar com chave de ouro”. Júlia comprou o ingresso com cerca de uma semana de antecedência, e não assistiria somente à sessão de 00h05minh no Pátio, mas também a de 12h00minh e a de 15h00min do dia seguinte, dessa vez no shopping Castanheira, do outro lado da cidade.
Mas nem todos os fãs de Harry Potter tiveram a mesma sorte de Júlia. A estudante de psicologia Jéssyka Sampaio, por exemplo, não conseguiu comprar ingressos para a sessão de 00h05minh, justamente o dia de seu aniversário. “A gente tentou, ficamos monitorando o site do MOVIECOM, mas mesmo assim não conseguimos, né mozão?”, disse ela fazendo bico para o namorado Rogério Sousa, que a acompanhava nas compras e sacudiu a cabeça, conformado. “Agora vamos ter que esperar até as outras sessões”.
Assim como Jéssyka, outros ‘sem-ingresso’ também passeavam pelo shopping, unicamente para observar a movimentação. Vivian Helena, de 9 anos, estava com a irmã em frente ao guichê do MOVIECOM, observando a quantidade de fãs que tirava fotos e começava a se avolumar no Hall. “Nunca li nenhum livro, mas minha irmã sim, e ela me conta a história, e também vi todos os filmes, menos os primeiros. Eu também queria vir fantasiada. Estou pensando em vir de elfo doméstico, ou então de Dementador, quem sabe”, confessou, enquanto observava a fila que se formava.
Aliás, além de Vivian, havia muitas outras crianças circulando pelo hall do cinema, e até mesmo na fila com os pais. Felipe Silva, de 11 anos parecia muito interessado nos cosplayers. “Onde eles compram essas roupas?”, ele me perguntou enquanto segurava um panfleto do fã-clube em uma das mãos, ficando boquiaberto quando eu disse que cada um preparava seus próprios cosplays.
Ronaldo Melo, de 18 anos, estava com a mãe, Elis, e a irmãzinha de 7 anos, logo no começo da fila, ansioso para ver a cena do beijo de Harry com Gina. Quando eu digo que estou fazendo a cobertura para o Potterish, Ibraim Neto, 19 anos, que estava logo em frente a Ronaldo se vira e diz animado “Para o Poterish? Eu acompanho as noticias no site, e sempre adoro!”. Diferentemente de Ronaldo, que prefere não ver muitos traillers e fotos na internet: “Não gosto de acompanhar prévias, é como se já tivesse visto o filme”.
Pouco depois das 23h00minh, o hall do cinema já estava cheio. Haviam grupos sentados em rodas pelo chão, jogando cartas, comendo esfihas, famílias reunidas lanchando, alguns ouvindo música, enfim, se distraindo para tentar fazer os minutos que faltavam para o filme passarem mais depressa.
Chegada a grande hora, as portas para as duas salas (uma sessão dublada e outra legendada) se abriram e os ansiosos expectadores começaram a entrar. Alguns fãs mais animadinhos gritavam como se tivessem acabado de dar um beijo e um abraço na própria J.K. Rowling em pessoa. Coisa de fã.
Nos minutos que antecederam o início da exibição, as pessoas já acomodadas nas poltronas riam alto, falavam umas com as outras, reconheciam-se de outros eventos (incluindo os otakus), assistiam cenas de filmes anteriores no celular ou simplesmente divagavam olhando para a tela ainda vazia.
O Carlos Pinto e sua filha conversavam animados sobre como seria o filme e sobre a movimentação que estava ocorrendo na estréia. “Eu assisti todos os filmes, e também gosto da série. É algo feito para a família, com mensagens boas, mensagens de dignidade, coragem. Acho é um bom exemplo”, disse o Sr. Carlos, se referindo a saga de Harry Potter.
O Fã Clube Harry Potter Belém sorteou em cada sessão um kit especialmente feito para a estréia, composto por uma camisa do fã clube,uma varinha feita artesanalmente e o novo álbum de figurinhas de “O Enigma do príncipe”. Após fotos, e a entrega dos prêmios aos sortudos de cada sessão, era chegada a grande hora.
Iniciado o filme, (após vários minutos de propagandas soníferas) seguiram-se os tradicionais gritos e manifestações em cenas determinadas, o que deve ter se repetido em todo o Brasil.
Após as 02h33minh do filme de David Yates, pudemos ver uma adaptação diferente de todas as anteriores. Mais ousado (muitos closes nos rostos dos personagens e até umas cenas inteiras que não estavam no livro, mas que serviram bem ao enredo) e fugindo de vários clichês já abordados anteriormente, como os constantes efeitos sonoros agudos e as cenas de quadribol, que dessa vez poderiam até ser narradas por Galvão Bueno, cheias de emoção e veracidade.
Pode-se dizer que foi o filme mais sombrio de todos até agora, e que manteve como seu cerne um roteiro que serviu principalmente ao desfecho, a morte de um dos personagens mais queridos. Alguns fãs gostaram da visão de Yates na construção do filme, outros não. Entre eles estava Thaís Resque, uma das diretoras do fã clube, que dizia indignada ao fim da sessão “O que foi isso? Cara, decepção total! Fugiu completamente ao que está no livro!”.
A mim, um fã que conheceu as histórias de Rowling quando uma coleguinha na terceira série levou ‘A Pedra Filosofal’ para a sala de aula e desde aí as teve como um marco da infância, mas que não apresenta mais o comportamento de um típico fã; o “Enigma do Príncipe”, bem como esse relato de como os fãs belenenses receberam a estréia aqui no Pará, ao menos serviu para trazer lembranças muito gostosas, conversas sobre assuntos há muito não discutidos e, principalmente, para lembrar por que nunca consigo conter um sorriso ao ver uma coruja voando.
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Escrito por: Uriel Pinho, 18 anos.
Correção: Thais Hamile C. Resque, 19 anos.
Belém, Pará, Amazônia – Brasil